Imagine que um dia você chegue em casa de viagem e sua sala esteja toda molhada. O que você faz?
O primeiro impulso é pegar os panos de chão e enxugar tudo. É possível que isso resolva o efeito, mas será que resolveu a causa? Aliás, qual a causa?
Será que tem um vazamento na cozinha? Ou no banheiro? Ou no vizinho?
Será que a janela ficou aberta? Ou fechada e ela está com defeito?
Será que o porteiro lavou o hall do elevador e entrou água pela porta?
Repare que cada problema tem uma solução diferente e alguns deles, inclusive, estão fora do seu alcance. Perceba, ainda, que se você tentar resolver o problema errado, o vazamento continua. Você pode trocar todo o encanamento do imóvel e a água continuar entrando por uma fresta na janela.
Porque de nada adianta a melhor solução para o problema errado. E a maioria de nós começa a tentar resolver um problema sem antes se perguntar se este é realmente o problema que se deve resolver.
O modo como você formula seu problema afeta sua decisão. Ele determina as alternativas que você considera e como as avalia. Identificar corretamente o problema interfere em todo o resto.
Raiffa, Hammond e Keeney
Isso se repete em várias situações no nosso dia-a-dia, seja no ambiente corporativo ou fora dele. Pense nos seguintes dilemas:
A margem está baixa por causa do custo ou do preço de venda? Custo fixo ou variável?
A lâmpada queimou porque já estava na hora ou há problemas na instalação elétrica?
O funcionário está desmotivado por problemas pessoais ou pelo ambiente de trabalho?
Muita gente acaba corrigindo os efeitos, em vez de atacar a causa — provavelmente porque não consegue identificar um ou outro. E se você não entender que problema precisa ser resolvido, você corre o risco de resolver o problema errado. E até de criar outros.
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