Sempre que alguém quer se vangloriar de seus feitos - muitas vezes normais, mundanos - enche o peito para dizer que mata um leão por dia. A analogia, pouco ecológica para os dias atuais, reflete uma mentalidade um tanto quanto competitiva, comum no mundo dos negócios.
Demonstra força, ímpeto, coragem e, normalmente, pouca astúcia.
Muita gente ainda enxerga a negociação de uma forma geral como um jogo de soma zero, em que para um lado ganhar o outro tem, necessariamente, que perder. Mas não precisa ser sempre assim.
Existem situações, claro, em que um determinado recurso (ou conjunto de recursos) finito deverá ser repartido entre duas ou mais partes - o que não impede que as partes busquem fazer isso de forma colaborativa, contudo. É o que chamamos de negociação distributiva, porque os objetos são distribuídos.
Ainda assim, muitas das negociações que parecem distributivas são, na verdade, integrativas, isto é: outros elementos, aparentemente fora das discussões, podem ser integrados ao principal antes de serem divididos.
O problema é que as pessoas não se aprofundam no entendimento do que efetivamente está sendo negociado. Confundem interesses com posições e transformam diferenças em impasses, quando são justamente as diferenças que podem ajudar a trazer mais ganhos mútuos.
Matar um leão por dia significa, frequentemente, eliminar um potencial parceiro de negócios. Diariamente.
Que tal, em vez de matar um leão por dia, conquistar um leão por dia? Já imaginou a força da sua alcatéia?
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