Com a chegada do Pix, aumentam as opções que nos permitem realizar nossas compras. Cada vez mais ágeis e descomplicadas, as novas tecnologias prometem uma revolução no varejo.
E quem sai ganhando, desta vez, é o consumidor.
Será?
No recente A Psicologia do Dinheiro,* Dan Ariely explica que quanto maior a distância entre o dinheiro e a decisão de gastá-lo, mais as pessoas fazem compras por impulso e gastam como se não houvesse amanhã.
De fato, quando a gente paga as contas com dinheiro vivo, a gente sente imediatamente aquela dor característica à partida do nosso rico dinheirinho, ganho com tanto suor.
Quando as contas são pagas através de intermediários - cartão de crédito, de débito, cartão virtual e o que mais vier pela frente - a gente não sente aquela dor instantânea. Ao contrário: em vez de pequenas dores diárias, a cada gasto realizado, a gente sente uma só, mensal, na fatura do cartão de crédito. Isso se ela não estiver em débito automático, porque aí muita gente nem vê.
Mas assim como na nossa fisiologia, a dor de se separar do seu dinheiro tem uma razão: ela serve como alerta de que alguma coisa errada pode estar acontecendo.
Dan Ariely
E a coisa errada, neste caso, é você gastar além do que deveria.

Porque antigamente, quando o processo de compra era mais demorado, dava aquela travada na boca do caixa - seja para consultar um catálogo com os números dos cartões cancelados, ou mesmo para você preencher uma série de cheques pré-datados - a gente pensava um pouquinho mais.
Processos ágeis e rápidos são bons por um lado: facilitam a vida de quem compra e quem vende, reduz a necessidade de documentos e aprovações e economizam tempo de todo mundo.
Por outro lado, tiram aquele valioso momento de reflexão, de ponderação, de pensar se a gente realmente precisa daquilo, se não está tomando uma decisão precipitada da qual vai se arrepender depois.
Estas tecnologias são ótimas quando nos ajudam a fazer coisas que serão boas para a gente no futuro. Mas elas são igualmente eficientes na hora fazer algo ruim.
PRA PENSAR: outro dia eu saí de casa para umas reuniões e esqueci minha carteira. Com o celular é possível resolver tudo o que eu faria com a carteira. Mas será que com a carteira você consegue fazer tudo o que faria com o celular?
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